Já que Santos se opõe à re-eleição, então que renuncie

Publicado: 2014-10-07   Clicks: 1585

     Tradução: Graça Salgueiro

     A atitude camaleônica e desleal de Juan Manuel Santos com relação a seus eleitores e governados, não tem comparação na história dos desgovernos da Colômbia, nem parece ter limites.
     Astucioso e com mil argúcias inclusive a marmelada, os compadrios, a exagerada publicidade de seu trabalho, o argumento da paz para buscar seu Prêmio Nobel, etc., Santos conspirou com muita gente e conseguiu a re-eleição. E quem acreditou nele, tão logo conseguiu o objetivo, em honra de sua peleja pessoal com Uribe se antecipou e apresentou um projeto de lei que derroga a possibilidade da re-eleição presidencial.
Em síntese, a re-eleição só era boa para ele que em sua imensa vaidade é o epicentro do universo e, portanto, não desequilibra os três poderes públicos, porém se é outro personagem o re-eleito, então aí sim deslegitima-se o equilíbrio de poderes.
     Depois veio a Nova York para procurar adeptos para seu plano egoísta a médio prazo de conseguir o Prêmio Nobel da Paz a custa do erário colombiano. Com um discurso festivo se auto-nomeou atleta da paz no mundo. Eis aí o cinismo e a farsa do conto da paz de Santos. Ele sabe que em seu segundo mandato tampouco haverá acordos com os terroristas, pois assim os negociadores disseram de mil maneiras desde Cuba, e desde os povoados da Colômbia todas as frentes das FARC e do ELN.
      Porém, claro, isso não importa a Santos. O que lhe interessa é continuar sustentando a astúcia de um processo de paz para que os embaixadores, os cônsules e toda a burocracia a seu serviço façam o lobby necessário, para conseguir essa distinção egocêntrica que Santos requer para chegar a ser Secretário Geral da ONU.
     Evidentemente, ele não aspira a sofrer a solidão do comando e a perder a possibilidade de estar em primeiro plano, doença que assedia os demais ex-presidentes. E o Prêmio Nobel seria alavanca ideal para essa ânsia de protagonismo de nosso folclórico mandatário.
     E para as FARC a oportunidade de dizer que não são terroristas nem narcos, senão grupo político. Assim, todos eles contentes, enquanto a Colômbia se decompõe.
     Estas duas situações, não re-eleição e farsa da paz, são elementos suficientes para que Santos renuncie ao imerecido cargo de presidente dos colombianos, pois a sorte de um país não pode se eternizar em gravitar sobre a vaidade de um presidente, a solidão do comando de um ex-presidente, um congresso cheio de intrigas e invejas, juízes, magistrado e até um promotor geral aferrados a suas prebendas, reformas baratas e sem visão de Estado, e o resto do circo que desgoverna a Colômbia como diariamente nos meios de comunicação.
     Que conveniente seria para a Colômbia, que a Controladoria Geral da Nação publicasse com cifras detalhadas quanto dinheiro custou ao orçamento nacional, manter os negociadores em Havana durante dois anos com todas as suas arandelas; quanto custou a propaganda bajuladora de Santos desde quando tomou posse pela primeira vez em 2010 e começou a repartir “marmelada” em todos os meios de comunicação para calar opositores; quanto custou re-elegê-lo; quanto custa sustentar um incapaz de exercer a autoridade; quanto custa a inoperância da Chancelaria em assuntos de Estado e Segurança Nacional por estar ocupada com fotos de Santos na capa da Revista Time, apoio à re-eleição de Obama com cúpula em Cartagena com presentes extravagantes e comida para todo o bando de lagartos que chegou lá, etc.
     É provável que ao totalizar essas quantidades de dinheiro que não são de pouca monta, com esses recursos se teriam construído escolas, postos de saúde, residências ou gerado empregos para muitas pessoas. Porém, não. Com o conto da prosperidade e da paz a qualquer custo, o país anda à deriva, o sinuoso mandatário que até agosto de 2014 defendeu à capa e espada a re-eleição mas obviamente, SUA re-eleição, no dia seguinte diz que deve-se acabar com essa figura.
     Então, o primeiro passo para começar a solucionar esse agravo em que continua imersa a Colômbia, é que Santos reconheça que não é capaz de governar por estar dedicado à sua auto-publicidade, que renuncie porque ele mesmo reconhece que para a democracia é bom que não haja re-eleitos, e que convoque eleições o mais rápido possível.
    Nem mais, nem menos.
 
Coronel Luis Alberto Villamarin Pulido
* Analista de assuntos estratégicos -
www.luisvillamarin.com 
 
 

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