Santos não busca a paz para a Colômbia, busca o Prêmio Nobel da Paz para ele

Publicado: 2014-07-29   Clicks: 1814

        Tradução: Graça Salgueiro

      A julgar pela evolução dos fatos, tudo parece indicar que Juan Manuel Santos continua empenhado em conseguir o segundo de seus três objetivos egocêntricos: re-eleição com marmelada e outros estratagemas, Prêmio Nobel da Paz, e chave de ouro com a Secretaria Geral da ONU. Isso significa que não interessa ao vaidoso mandatário que se concretize a paz na Colômbia com os grupos narco-terroristas, senão que seu “esforço” apostólico seja laureado com o Prêmio Nobel da Paz, que foi esquivo a seus antecessores Belisario Betancur e Andrés Pastrana, do mesmo modo limitados em visão estratégica para dirigir o país, desconhecedores do Plano Estratégico das FARC, mas isso sim, convencidos de que um problema tão grave se resolve com politicagem e palavrório midiático sem importar o dano que se cause à Colômbia.

     Ao instalar o congresso no passado 20 de julho, Santos vociferou com satírica atitude contra seu conhecido contraditor Álvaro Uribe, que este é o “parlamento da paz”, e depois reiterou seu egocentrismo que aponta a criar uma bolha de aparente vocação pacifista mundial ao prestar contas à Rússia e China na reunião das economias emergentes no Brasil.

     Porém, por outro lado as FARC insistem no mesmo de sempre desde que apareceram no cenário do terror contra o povo colombiano. Que eles são comunistas, que não entregam as armas, que com seus crimes de lesa-humanidade representam o povo, que a única paz possível na Colômbia é quando desaparecer o capitalismo e toda a forma de propriedade privada, e inclusive Timochenko, enviado desde seu cômodo refúgio na Venezuela, lembrou em uma extensa carta todas as artimanhas publicitárias mas sem possibilidade de êxito, que Santos utilizou para argumentar que a paz com as FARC está muito próxima.

     Para rematar, o general Rey Navas destapou outra possivelmente panela podre da politicagem na Colômbia, com as graves acusações contra Santos e outros altos funcionários acerca de como se tece a fábula do processo de paz em Havana. Se forem certas, deixam a Colômbia frente a uma crise de institucionalidade e de provável traição à pátria. Chama a atenção que nenhum dos implicados respondeu a estes assinalamentos, senão que Santos com estilo oportunista e calculador para desviar o foco da atenção e pôr em entredito a coesão dos militares, ordenou ao Comando do Exército que retificasse Rey com algumas cifras. E assunto resolvido.

     Os meios de comunicação colombianos, medíocres e carentes de independência frente a um governo que lhes fornece muita pauta publicitária e tem entre seus diretores vários parentes e amigos íntimos da estirpe pró-governista de turno, neste caso, como em tudo o que acontece na Colômbia, ratificam que não há jornalismo com profundidade nem com desejo de chegar à verdade para o bem do país, senão oportunismo midiático e barulho temporal.

     No Valle del Cauca foi capturado um bandido fariano de alto calibre com a ninharia equivalente a mais de um milhão de dólares em espécie, destinados a comprar armas e explosivos para continuar assassinando os colombianos, mas Santos continua tratando de tramar para seus eleitores e contraditores, que a paz vai por bom caminho, ao mesmo tempo em que com os dois turnos eleitorais, o “merecido descanso” para De La Calle e seus mudos e o mundial de futebol, certamente os bandidos das FARC reuniram uma vez mais todos os cabeças de Blocos, Frentes e Colunas em Cuba, para refinar a farsa do tema das vítimas e a ópera bufa segue seu curso.

    A lista continua, incluída a ratificação da Chanceler Holguín para que com seu belo rosto ajude a buscar o sonhado Prêmio Nobel da Paz para completar a segunda parte da coleção de desejos transitórios de Santos, e para que se não se consiga a paz com as FARC nas condições atuais, como é o mais óbvio de se esperar, então Santos recorrerá à estultícia de Andrés Pastrana, de querer convencer os colombianos que ele procurou a paz, porém as FARC são os garotos maus que não se dobraram a seus desejos.Entretanto, a Colômbia está assediada pelo narco-terrorismo comunista nos campos, os bandos criminais em conchavo pelo negócio da coca, a delinqüência disparada nas cidades de um país que tem dois generais distinguidos como os melhores policiais do mundo e um Diretor de Polícia atual que aparece no mínimo cinco vezes ao dia nos meios de comunicação para falar de qualquer coisa. E, claro, Santos empenhado em que a chancelaria no exterior, as tropas dentro do país e De La Calle em Cuba, consigam o Prêmio Nobel da Paz para ele, não importa que não se assine a paz com as FARC, nem que a Colômbia sofra os devastadores efeitos de todas as formas criminosas que a assediam. O importante é Santos, a quem os colombianos deveremos gratidão eterna por haver-nos feito o favor de mal governar um país que é inferior à dimensão de seu Ego.

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

Analista de assuntos estratégicos –

 www.luisvillamarin.com

 

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