Conversações de paz em Cuba: chegou a hora das definições

Publicado: 2013-02-25   Clicks: 1900

 

    Tradução: Graça Salgueiro

    Em 24 de fevereiro de 2013, as improdutivas conversações de paz entre o governo e as FARC em Havana acumulam 95 dias consecutivos de navegação em círculo vicioso em um pantanoso palanque político-estratégico montado pelas FARC e seus cúmplices, sem que além de altíssimos custos de gastos de viagem, diárias, salários e outros atinentes à logística do tema, haja nada mensurável nem verificável a favor dos colombianos.    

    Tudo tem sido a favor do narco-terrorismo comunista e do Plano Estratégico das FARC que ressuscitaram seu cadáver político, e agora brincam com os tempos do processo e a afanada intenção re-eleitoreira de Santos.

     Com ruído de tonel vazio, De La Calle asseverou em Oslo que o governo não seria refém do processo, que tudo se limitaria à agenda e blá, blá, blá. Por sua parte, Santos, como bom jogador de pôquer, jogou suas cartas com mensageiros.

    Um deles, seu irmão Enrique, descaradamente e sem pudor disse que Timochenko entra e sai de Cuba como Pedro em sua casa, que com a anuência de Juanma ele desconheceu as Forças Militares, o Ministério Público e as demais autoridades competentes, e facilitou a saída de um terrorista apodado “o Médico”, para que fosse ao primeiro ato da ópera bufa em Cuba.

     E por último, Enrique Santos confirmou que a única coisa que interessa a Juanma é seu egocêntrico desejo de re-eleição derivada da farsa de paz com Havana, situação da qual qualquer leigo infere que a montagem publicitária é mútua entre Santos e as FARC pois, de antemão, ambos sabem que o espetáculo midiático cubano não vai funcionar, e que lá cada um busca vantagens políticas para continuar a desordem de sempre.

     Vista a situação com olho crítico, é pertinente concluir que chegou a hora das definições. A Colômbia não necessita de mais viagens a Havana de uma equipe de mudos, cegos e surdos que com gastos de primeira classe vão à ilha dos ditadores Castro, sentam-se para ouvir todas as insensatezes e audácias que as FARC e seus cúmplices têm preparadas, suportam todos os dias o altissonante envio de mensagens dos terroristas frente aos microfones da imprensa internacional, fazem o papel de convidados de pedra, voltam a Bogotá e se reúnem a portas fechadas com Juanma, dizem que como parte da discricionaridade. 

     Enquanto isso, a Colômbia continua desinformada e a violência se intensifica cada dia mais, sem que ninguém com poder decisório dê um basta no caminho, compare as farsas anteriores dos terroristas com esta e gere uma corrente de ação política para deter a cascata de imbecilidade e impunidade coletivas do governo e de seus herméticos representantes em Cuba.

    Chama a atenção que o presidente do Congresso da República esteja mais preocupado com a re-eleição de Juanma e por sua eventual posição de vice de Santos II, em vez de promover que o órgão máximo legislativo do país ponha os pontos nos is nesta comédia de pouca monta que, se continuar assim, trará graves conseqüências para o futuro do país.

    Neste momento Roy Barreras está muito preocupado em que dêem o endereço do Serviço Nacional de Aprendizagem (SENA) a um politiqueiro do Partido da U. Para que? Para nomear centenas de políticos torpes e talvez ineptos em diferentes cargos, onde possa conseguir os votos que Juanma necessita. Triste realidade...

    Mas Roy Barreras não é o único desfocado. Os partidos políticos andam empenhados em montar desde agora os conchavos politiqueiros, as alianças eleitoreiras e tirar do jogo a detestável Unidade Nacional de Juanma. Do mesmo modo a quando, por exemplo, Pardo Rueda tornou-se uribista para auto-ressuscitar seu cadáver político e tão logo conseguiu a cadeira no Congresso, traiu seu chefe. Nessas andam os demagogos e políticos sem escrúpulos de sempre.

    As altas cortes, repugnadas no mesmo de sempre: Ego nas nuvens, auto-suficiência, sapiência infinita, intolerância com os críticos de seu questionado trabalho mas, isso sim, muito apegadas a prebendas e exagerados benefícios salariais como reconhecimento a seu “abnegado serviço à Colômbia”.

     As Forças Militares e de Polícia, mal pagas sem que se cumpra a Lei 4 de 1992 em torno do nivelamento salarial, sem defesa jurídica, com um desastroso serviço de saúde e sem liderança política clara de quem como Judas as elogia em público e as abandona ou as trai em privado, sustentam o abacaxi de uma democracia escrita com minúscula que, além disso, mantém nos imerecidos cargos burocratas ineficientes, corruptos e até traidores que brincam de Deus e o diabo com os terroristas.

    Os meios de comunicação, superficiais e carentes de conhecimento profundo do conflito, limitam-se a apresentar notícias oportunistas e dignas de imprensa marrom, e muitas de suas colunas de opinião estão repletas de “pacifistas apaziguados” que fazem parte da idiotia coletiva, ou de lagartos de rabo grande e alta estirpe que, sem possibilidade política, procuram reviver dentro da demagógica fauna de lacraus colombianos.

     Os estudantes das universidades, onde está o potencial da nação e onde existe a maior quantidade de votantes com possibilidade de discernimento, vivem desapercebidos e afastados da realidade do que se negocia e que pode-se perder em Havana. Do mesmo modo como sucedeu com o litígio do mar territorial levado à Corte de Haya pela Nicarágua, e aceito por estúpidos funcionais cheios de pergaminhos e vultosos salários, pagos por suas “sapientes” assessorias. 

    Em termos gerais, a apatia e o desconhecimento pululam dentro dos habitantes da Colômbia, acostumados a governos inúteis como os de Belisario, Pastrana, Barco, Gaviria ou Samper, ou politiqueiros como López Michelsen e Turbay, ou arbitrários e egocêntricos como Lleras Restrepo e Valencia, para não citar mais nomes.

    Por estas e muitas razões mais, chegou o momento das definições. Não mais palhaçada circense com o conto chinês de que os diálogos em Havana vão por bom caminho, porque simplesmente isso é falso. Peneirado o salvado que resta na peneira e decantado o suco que cai no recipiente deste processo, a verdade é que a Colômbia não ganhou nada com De La Calle e seus assessores mudos, que as FARC se posicionaram no entorno político internacional, que seu movimento político dentro do país continua puxando o saco de idiotas úteis e que Chávez, Correa, os Castro, os sandinistas e os demais sócios do terrorismo comunista saíram com as suas.

     Não estamos longe do dia em que as camaradas Dilma, Cristina e os demais peõezinhos de Fidel Castro digam que os bandidos das FARC não são terroristas, senão lutadores beligerantes, que finalmente têm direito a uma embaixada em Quito, Caracas, Brasília, Buenos Aires, Montevidéu, Havana, La Paz e Manágua.

     Haverá quem diga que esta percepção é exagerada, porém os fatos confirmam a tese porque, como bons comunistas, as FARC e seus sócios sabem que Santos ao se sentar com eles para negociar, têm muito, mas muito o que ganhar, e muito pouco ou nada o que perder. E... estão conseguindo!

    Portanto, chegou o momento de definições.

 

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

Analista de assuntos estratégicos

-www.luisvillamarin.com

 

Reciba gratis noticias, articulos y entrevistas

* indicates required

Maintained and Created by: { lv10 }

LuisVillamarin.com, 2015©