Durante 24 horas, soldados da Força de Tarefa Apolo e a Brigada Móvel 14 repeliram o ataque terrorista da sexta frente das FARC contra os habitantes do Corregimento El Palo, localizado nas imediações de uma reserva indígena situada na área rural de Caloto-Cauca.
Os terroristas atacaram a população civil e as tropas com morteiros artesanais conhecidos como “tatucos”, armadilhas explosivas e rajadas de fuzil. Poucas horas antes de cair em combate, o major Dixon Castrillón Gómez dirigiu o desalojamento dos habitantes da região, para pô-los a salvo do iminente massacre por parte das FARC.
Depois de ter salvado a vida dos camponeses e indígenas, um artefato explosivo artesanal lançado pelos terroristas matou o major Dixon Castrillón Gómez, o cabo primeiro Luis Enrique Rojas e o soldado profissional Mauricio Botero, e deixou outros onze militares feridos.
Por coincidência, dias atrás o soldado Botero havia prestado os primeiros socorros e salvado a vida de um terrorista ferido, pertencente à mesma frente que depois assassinou este herói desconhecido, como a milhares de militares que têm oferecido suas vidas em defesa da Colômbia e, por desgraça, em defesa de uma classe carcomida pela corrupção e pela politicagem que não merece os soldados que tem.
Enquanto com as mortes em combate do major Castrillón, do cabo Rojas e do soldado Botero o Exército Nacional ressarce pela enésima vez sua vocação patriótica e sacrifício supremo em busca da esquiva paz da Colômbia, muitos compatriotas indiferentes e apáticos ignoram o sucedido ou, o que é mais grave, os corruptos e politiqueiros infiltrados nos três ramos do poder público, permanecem em seus imerecidos cargos sustentados por esses heróis anônimos.
Três militares mais morreram no Cauca por defender a democracia e a institucionalidade, as mesmas as quais pertencem o novo melhor amigo de Chávez e os dois ministros candidatos presidenciais em campanha desde os seus cargos (Pinzón-Vargas Lleras).
E também pertencem a essa elite de defendidos pelos militares mortos, os magistrados corruptos incrustados no Conselho da Judicatura, os magistrados leguleios que deixaram sem valor as provas dos computadores de Reyes, os juízes e magistrados que condenaram o Coronel Plazas Vegas com provas duvidosas, os depredadores das finanças públicas que se mostram rústicos em todas as instâncias da administração pública, a senadora que ganhava 20 milhões de pesos de salário e viajava ao exterior para patrocinar as FARC, os FARC-políticos, os para-políticos e toda a fauna de bandidos de colarinho branco que se disfarçam de congressistas, juízes, deputados, prefeitos, vereadores, governadores, para se infiltrar dentro dos que cumprem sim, com os compromissos nesses cargos.
Dor de pátria e ira contida embargam o coração e os sentimentos dos militares colombianos, ao ver que mais três de seus companheiros de armas caíram abatidos pelo braço armado do Partido Comunista em meio de uma guerra arteira e atroz, ao mesmo tempo em que de maneira olímpica e displicente o Presidente Santos, com seus ministros da Defesa e Fazenda ao ritmo de seus assessores, inventam todo tipo de ardis para se esquivar de pagar o salário justo ordenado pela lei para estes heróis, contemplado desde 1992.
Do mesmo modo acontece com o lamentável e lastimoso serviço de saúde das Forças Militares. É inexplicável que funcione tão mal este ramo do bem-estar das tropas e de seus familiares imediatos, em particular desde quando ao então ministro Santos se lhe ocorreu a brilhante, porém não muito clara nem convincente idéia, de centralizar no Ministério da Defesa todas as compras do setor, com ênfase nos medicamentos, nos contratos de serviços especializados e na direção de linhas telefônicas, na contramão dos avanços do mundo à óbvia sistematização.
O serviço de saúde militar colapsou. Não obstante a boa vontade que muitos de seus funcionários têm, nem os meios disponíveis, nem a cobertura são suficientes. O que há neste momento é vergonhoso e desdiz do bom nome que a administração militar tem na Colômbia e no mundo.
Da justiça para com os militares, nem falar! Por palhaçada politiqueira joga-se com o Foro Militar consagrado na Constituição Nacional. Como será a falta de lealdade dos politiqueiros para com o Exército Nacional, se o tenente da reserva Germán Vargas Lleras, o mesmo personagem que posa feliz e sorridente disfarçado de militar, com sorriso similar apunhala nas instâncias políticas a instituição que lhe concedeu o imerecido título de oficial da reserva e à qual deveria defender por lealdade (palavra pouco conhecida pelos demagogos colombianos)?
Em síntese, é urgente que o ministro Pinzón e o Presidente Santos desçam das nuvens em que subiram convencidos de que são mais estadistas do que Churchill e mais estrategistas que MacArthur, para que prestem atenção a estes problemas e os solucionem antes que façam metástase com conseqüências imprevisíveis, pois é injusto, inaceitável e vergonhoso que militares valentes, honestos e patriotas como o major Castrillón, o cabo Rojas e os soldado Botero entreguem suas vidas em defesa de funcionários desleais.
Presidente Santos, ministro Pinzón: a fé na causa que tanto promulga o general Navas, é igual à lealdade: deve ir e vir em ambos os sentidos. Esqueçam-se do imaginário que os senhores são donos dos êxitos das tropas, e que os fracassos são responsabilidade de seus subalternos.
As vidas dos oficiais, sub-oficiais e soldados que diariamente morrem por defender a república e, por desgraça, para mantê-los nos cargos que ocupam, valem o mesmo ou talvez mais que as suas.
Reflitam! Para as viúvas e os órfãos destes heróis não serão suficientes a bandeira, as medalhas, as ascensões póstumas e as notas elegantes pré-elaboradas em formatos de cortesia. Os mortos já se foram do planeta e os lutos serão irreparáveis!
Nota da tradutora:
No vídeo abaixo, as últimas palavras e imagens do Major Castrillón, dando ordens para que os moradores e os repórteres do noticiário CM& que o filmavam nesse momento, evacuassem o local. O mais doloroso foi constatar que, salvos por este herói, estes repórteres sequer emitiram uma nota de agradecimento ou artigo por terem escapado da morte pelas mãos deste militar cioso de suas funções para com a pátria e seus compatriotas.
Mais triste, e não menos doloroso, foi saber que ao seu funeral apenas o Comandante da 4ª Brigada esteve presente e o Exército sequer mandou uma coroa de flores em sua homenagem. Isto corrobora o que diz o coronel Villamarín neste artigo: o desprezo absoluto das autoridades para com seus soldados, que ofertam suas jovens vidas diariamente para que eles possam pavonear-se pelo país sem qualquer respeito pelos direitos constitucionais dos militares.