Não basta dizer que os nexos do ministro da Defesa venezuelano serão tratados em privado com Chávez

Publicado: 2012-01-21   Clicks: 1765

 

  
      Tradução: Graça Salgueiro
 
 
     Por décadas se repetiu que a amnésia política dos colombianos incide em eleger e re-eleger corruptos, repetir os erros do passado e perdoar os delinqüentes. Nesta oportunidade a regra tampouco tem exceção.
 
      Ao mesmo tempo em que “Colombianos pela Paz” propuseram a trégua bilateral para iniciar conversações Governo-FARC, Chávez rompeu a promessa de não meter o nariz nos problemas da Colômbia ao montar a emboscada da CELAC, e depois afirmar em público que está disposto a facilitar a paz em nosso país.
 
     E com fatos - não com palavras - Chávez voltou a declarar guerra contra a Colômbia, com a nomeação e posse do general Henry Rangel Silva como ministro da Defesa, quando é de conhecimento geral que esse delinqüente vestido de militar é o contato de Timochenko com o Palácio de Miraflores, e o ás com que contam os terroristas e pró-terroristas do hemisfério para ver realizado o sonho totalitário da ditadura cubana no continente.
 
      A resposta da chancelaria colombiana foi tão fraca quanto ausente de profundidade diplomática e geopolítica. O correto teria sido sentar os protestos e ações judiciais que tenham lugar ante entes internacionais pertinentes. A única coisa que poderia explicar a ausência de caráter de Santos frente a seu novo melhor amigo, é porque desde Caracas se está cozinhando a nova farsa dos diálogos de paz.
 
     A atitude apaziguadora e fraca do governo Santos frente à expressão desafiadora e provocativa de Chávez, só induz a que, em nome de uma equivocada visão diplomática, os cúmplices do grupo terrorista continuem empenhados em apoiar e legitimar as FARC. Principalmente porque agora Rangel Silva dirigirá o orçamento da Defesa venezuelano e terá maiores facilidades para entregar às FARC mísseis terra-ar, explosivos, armas de infantaria ligeira, munições, apoio midiático, locais para treinar terroristas, contatos para recrutar venezuelanos, nicaragüenses, bolivianos, argentinos, paraguaios, etc.
 
     A conduta pusilânime de Santos e de sua chanceler Holguín, só serviram para que Timochenko continue encantando serpentes com sua verborréia fluida, enquanto os terroristas repetem o que fizeram durante os diálogos de Casa Verde, Tlaxcala, Caracas e o circo do Caguán: re-equipar-se, re-treinar, recrutar camponeses, aumentar a cobertura de contatos internacionais, etc., enquanto Timochenko e os demais bandidos do Secretariado falam de “paz democrática”, com o óbvio coro propagandístico de Colombianos pela Paz, as Mães da Praça de Maio e outros grupúsculos de esquerda que aderem a eles com a finalidade de sua legitimação internacional. 
 
    Do mesmo modo que em Casa Verde (1982-1990) ou no Caguán (1998-2002), as FARC necessitam com urgência da trégua, para que as Forças Militares se retirem das áreas onde antes a UP fazia presença e agora as células do Partido Comunista Clandestino e as comissões de “maseros” [1] fazem propaganda política, com a finalidade de recuperar zonas de influência, desdobrar frentes e criar novas quadrilhas para reiniciar a ofensiva contemplada no Plano Militar Geral das FARC, apêndice central do Plano Estratégico. 
 
     Urge que as Forças Militares desempoeirem os arquivos de inteligência, e que uma equipe de trabalho do Estado Maior Conjunto elabore um estudo sério e científico acerca das verdadeiras intenções das FARC e de seus sócios. Algo que deveria ter sido feito desde quando Santos começou a flertar com Cano, por meio do Partido Liberal, e de alguns sacerdotes tão desinformados quanto inconseqüentes.
 
    Se as Forças Militares não se anteciparem aos fatos e contarem ao país por meio de um documento franco e direto o que se esconde por trás das palavras rebuscadas de Timochenko, Santos chegará à mesa de negociações com os terroristas do mesmo modo que López, Turbay, Belisario, Barco, Gaviria, Samper e Pastrana: com uma ribombante equipe de improvisadores que desconhecem o Plano Estratégico das FARC, que só desejam aparecer em fotos e vídeos ao lado dos bandidos disfarçados de militares e, obviamente, cobrar ingentes salários por seus “serviços à pátria”.
 
     Como é de se supor, essas conversas só favoreceriam as FARC e sacrificariam uma vez mais a Colômbia e as Forças Militares porque, do mesmo modo que no passado, os erros dos dirigentes políticos, começando pela própria guerra contra o braço armado do Partido Comunista, serão imputadas as tropas.
 
   Entretanto, sem que ninguém lhes cobre por seu fracasso, os ineptos negociadores se converterão em embaixadores, ministros, secretários da presidência, prefeitos, governadores, etc. E os militares que defenderam esses “democratas” estarão na prisão ou no pelourinho público.
 
    O “plano de paz” das FARC é um plano de guerra contra a Colômbia. Por nenhum motivo as Forças Militares podem tolerar que seus homens continuem sendo denegridos por culpa da inaptidão da direção política, pela demagogia e, neste caso, pela incerteza derivada da ausência de caráter firme de Santos, suprido com posturas ambivalentes e aparentes desejos de ficar bem com todo mundo.
 
     Santos se auto-atribuiu o êxito da Operación Jaque para obter lucros eleitoreiros pessoais, mas tirou o corpo quando aconteceram as supostas execuções extra-judiciais, assim como traiu à reserva ativa quando se comprometeu a solucionar o legítimo direito de salários não pagos de acordo dom o IPC desde 1992. Mal se poderia esperar que seja leal com as atuais tropas no caso em que lhe dê na telha de concretizar sua futilidade de uma re-eleição sem ter planos e objetivos concretos de negociar com as as FARC, por meio de seu novo melhor amigo, quando é sabido que os narco-terroristas e Chávez só desejam ver a Colômbia dentro da órbita ditatorial marxista-leninista.
 
     Por estas razões, não basta a desculpa simplória da ministra Holguín de que o tema de Rangel Silva se falasse em privado com Chávez, pois a malta pró-terrorista de Chávez, Correa e demais cúmplices das FARC não renunciou a seu plano conjunto de escravizar a Colômbia. Que a habitual amnésia política não vá jogar uma mala pesada na Colômbia.
 
Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido
Analista de assuntos estratégicos
 
 
Nota da tradutora: 
 
[1] “Masero” é o guerrilheiro encarregado de fazer doutrinação ideológica das massas, preferencialmente nas cidades, onde existem comitês do Partido Comunista, ou em sindicatos e “religiosos” simpáticos às FARC.
 
 
 
 
 

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