Após os fracassos militares em Nariño e Arauca, o Ministro da Defesa deveria renunciar

Publicado: 2011-11-03   Clicks: 1724

 

Traducao Gracia Salgueiro
Os recentes fracassos político-militares nos estados fronteiriços de Nariño e Arauca, como conseqüência de incontáveis ataques das FARC, merecem sérias análises e urgentes decisões de fundo:
 
1. É evidente que os terroristas das FARC continuam escondidos no Equador e Venezuela, protegidos pelos governantes dos dois países vizinhos, e os atacantes se retiraram para esses territórios.
 
2. Já transcorreu tempo suficiente para que o Congresso da República exija resultados concretos a Santos, que com ardis iludiu a mais de nove milhões de eleitores com o argumento de que continuaria a linha estrutural da segurança democrática, mas já no cargo fez todo o contrário.
 
3. Também é oportuna a situação conjuntural para re-estabelecer a necessidade de entregar o Ministério da Defesa a um militar da ativa ou um oficial da reserva ativa, pois para esse cargo, nas atuais circunstâncias, necessita-se de alguém que conheça de estratégia, de geo-política, de inteligência militar e, sobretudo, que entenda o Plano Estratégico das FARC.
 
4. A gravidade da situação implica que o Presidente Santos deixe de lado sua atitude exibicionista e metida. Que se esqueça de meter o nariz no conflito palestino-israelense gastando o orçamento em politicagem a seu favor, e que se dedique a procurar a paz na Colômbia e a empregar a Chancelaria na difusão ante o mundo de quem são os narco-terroristas das FARC, e a instaurar as demandas internacionais contra as FARC e seus cúmplices, assim se chamem Lula, Correa, Chávez, Fidel Castro ou a Kirchner.
 
5. O acontecido obriga o alto comando militar a atuar sem mais demora. Assim como deve rodar a cabeça do ministro da Defesa que, do mesmo modo que seus antecessores, não tem estatura para este cargo. Também devem ser chamados para qualificar serviços os responsáveis por estes fracassos, adiantar as respectivas investigações, elaborar as análises autocríticas para disseminá-las em todas as unidades, enviar instrutores de lanceros para re-treinar as unidades comprometidas em segurança de pontos fixos, re-estabelecer a dotação dessas unidades, incrementar as atividades de inteligência militar e ação psicológica, etc.
 
6. É inconcebível que ao mesmo tempo em que os terroristas assassinam 19 soldados e deixam feridos outros 13, roubam grande quantidade de armamento e causam a sensação de que o “fim do fim” foi uma palhaçada, o Presidente Santos anda com seu Ego nas alturas e minimiza o assunto, a chanceler continue de passeio por conta do erário público, o neófito ministro da Defesa continue no cargo e as tropas continuem sem sentir nem o respaldo político nem o jurídico.
 
7. Mais inconcebível resulta ainda que o ministro Vargas Lleras (do Interior), a quem fascina se disfarçar de militar e inclusive ostente o imerecido grau de tenente ou capitão da reserva profissional, imerso na politicagem e na astuta arrogância que o caracterizam, duvide que as tropas que diariamente morrem para manter ineptos como ele na burocracia oficial, não tenham o direito universal ao foro militar. 
 
Em síntese, o problema se circunscreve à carência de visão estratégica do governo nacional, ao inexistente patriotismo de Santos e de seus ministros, à politicagem crescente, ao abandono jurídico ao qual estão submetidas as tropas, à inadequada seleção de aspirantes a oficiais na Escola Militar e à indiferença do povo colombiano, que toma conhecimento das mortes de 19 heróis em dois dias e continuam impávidos, sem exigir resultados ao governo nacional, ao Congresso e, é claro, aos magistrados e juízes que vivem na nebulosa, como aconteceu com a aberrante decisão de uma sala da Corte que considerou que os computadores de Raúl Reyes não são provas válidas nos processo contra os cúmplices das FARC, ou seja, os membros do Partido Comunista Colombiano Clandestino (PC3).
 
Assim não se pode ganhar uma guerra!
 
Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido 
Analista de assuntos estratégicos -
 www.luisvillamarin.com 
 
 

 

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