Incoerência nas demandas de dirigentes políticos ex-seqüestrados contra o Estado

Publicado: 2011-03-14   Clicks: 2070

 

     Análisis del conflicto colombiano

    Tradução: Graça Salgueiro

     Depois do repúdio e indignação nacionais que causaram as avarentas pretensões de Ingrid Betancur, para que com os impostos dos colombianos o fisco nacional lhe pagasse uma multi-milionária indenização, o qual levou Ingrid a se retratar, na semana passada os meios de comunicação reviveram o tema da cobiça de alguns dirigentes políticos que pretendem que a Colômbia lhes pague mais de 30 bilhões de pesos [1], como conseqüência da suposta responsabilidade do Estado por seus seqüestros.

     Os demandantes esquecem que eles foram seqüestrados por fazer parte da classe política corrupta e inepta que levou o país aos níveis de desordem, ingovernabilidade e maus manejos orçamentários nas esferas nacional, regionais e locais.

    É pertinente lembrar aos leitores e aos juízes e magistrados que, em uma entrevista de Jorge Botero com Alfonso Cano em torno do tema dos dirigentes políticos seqüestrados, publicada em“Leituras Dominicais” do jornal “El Tiempo”, o chefe terrorista afirmou: 

    - “Há um tema que devemos discutir o mais rápido possível: quem são realmente os que chama ‘atores do conflito’. Por exemplo, os políticos deste país, que exerceram a administração, que aprovaram leis, que dirigem as instituições armadas, tenham uniforme ou não o tenham, são ou não são parte desta guerra?”. 

    - “Os que roubam o dinheiro público, são ou não são parte direta? E aí está o caso dos deputados: claro que eles estão no centro da confrontação! Porque com sua atividade, com suas aprovações, com suas ações ou omissões, muitos deles afetaram não somente a ordem pública no Valle, senão o tesouro e a coisa pública”.

    As considerações anteriores corroboram que corruptos e aproveitadores sangraram e continuam sangrando as finanças estatais, enquanto a guerrilha, os bandos criminosos, os mal chamados para-militares e a delinqüência organizada sangram a população colombiana.

    Finalmente, ocorreu a Luis Eladio Pérez a idéia politiqueira, que mais parece um mandado das FARC em troca de sua libertação, de processar o presidente Uribe ante à Corte Interamericana de Direitos Humanos porque não o libertou a tempo.

   Esquece o senhor Pérez que quando as FARC o seqüestraram o tinham na mira para que esclarecesse suas atuações como dirigente político no estado de Nariño, porém, que o seqüestro de Ingrid Betancur o salvou do quase seguro fuzilamento, com quem passou muito bem no cativeiro, pois por causa dela até se meteu em confusão e trombadas com o tenente Malagón, quando de alvo de um julgamento revolucionário passou a ser um “permutável”.

    É certo que todos os seqüestrados pelas FARC têm a obrigação e o direito de denunciar penalmente seus captores, e de pedir o pagamento de indenizações pelos danos e prejuízos causados.

Porém, essas demandas e pedidos de reparação devem ser contra os seqüestradores e não contra o Estado que fez o possível para libertá-los, sem permitir que sua publicitária libertação, manipulada pelos governantes comunistas do Brasil, Argentina, Equador, Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua conduzissem a Colômbia à legitimação do terrorismo e o status de beligerância que o Foro de São Paulo, Colombianos pela Paz e outros cúmplices do grupo delitivo procuram.

    Terão pensado esses “patrióticos” ex-seqüestrados, em quanto custou à Colômbia em vidas de soldados e policiais mortos ou feridos nas operações de busca das guaridas onde os tinham seqüestrados? 

Ou terão pensado esses “patrióticos” dirigentes políticos nos enormes custos econômicos para o fisco nacional que valeram as horas de helicóptero, abastecimentos, salários, apetrechos, etc. das tropas que durante anos tentaram resgatá-los?

    Serão conscientes tão “patrióticos” dirigentes políticos, de que fazer o jogo dos terroristas que os libertaram em troca de que promovessem a legitimação das FARC, só contribui para prolongar o sangramento físico da juventude colombiana e das finanças públicas nessa guerra insensata, em deterioro do investimento social que deveriam fazer desde seus cargos, para evitar que a Colômbia tivesse as FARC?

    Será que, com relação às frases de Cano de que os retiveram porque eram corruptos, todos os demandantes da multi-milionária indenização podem “atirar a primeira pedra” para desmentir o cabeça das FARC? Suportariam todos eles uma prova de polígrafo em torno desse ponto específico? 

 

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

Analista de assuntos estratégico –

 www.luisvillamarin.com

 

Nota da tradutora:

 

[1] Equivalente a 30 milhões de reais.

 

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