As FARC e seus cúmplices: de farsa em farsa, com imprevisíveis conseqüências para a Colômbia

Publicado: 2011-02-18   Clicks: 2629

 

As FARC e seus cúmplices: de farsa em farsa, com imprevisíveis conseqüências para a Colômbia

Analisis del conflicto colombiano

Tradução: Graça Salgueiro

     Terminada a ópera bufa das libertações unilaterais para “desagravar Piedad Córdoba”, os fatos ratificam que as FARC não mudaram sua arcaica visão da Colômbia que, apesar do estrondoso fracasso do comunismo no planeta, continuam convencidos de que os dinossauros políticos Fidel Castro e seus amigos são a solução para os problemas da Colômbia, muitos deles, dentre outras coisas, causados pelo terrorismo comunista fariano, e o que é pior, que podem chegar ao poder por meio da combinação de todas as formas de luta.

    A asquerosa palhaçada da mudança de coordenadas com a descarada cumplicidade da mediadora, que disse com total cinismo que as havia copiado mal, não só pretendia deslocar Cano de um lugar a outro - como ao que parece aconteceu -, senão também jogar a muito bem conhecida forma fariana de negociar com base na chantagem, na intimidação e nas jogadas a dois ou três bandos, nas quais se o governo aceita perde e se diz que não, perde também.

    Como se disse na televisão, no programa La Noche [1] de Claudia Gurisatti, as FARC conseguiram ressuscitar um pouco a sepultura política de Piedad Córdoba, dentro da cadeia de subterfúgios midiáticos montados pelos comunistas da Argentina e da Colômbia, com a cumplicidade da UNASUL, do Foro de São Paulo e da Coordenadora Continental Bolivariana, frente ao próximo Foro em Buenos Aires para, comenta-se, “planejar a paz da Colômbia”.

    Resulta contraditório que, embora a Procuradoria tenha destituído Piedad Córdoba porque provou que suas atividades com as FARC não eram só humanitárias, a Corte Suprema de Justiça, tão diligente em fazer protagonismo grupal e individual, continuou fazendo vista grossa acerca da FARC-política. Haverá prevaricato nesta conduta? 

     E, pior ainda, que os “novos melhores amigos” de Santos contem a seu favor com a lentidão crônica e funcional da nossa Chancelaria, para pelo menos instar o governo argentino a que, se for certo que a senhora Kirchner é amiga da Colômbia (o que é duvidoso em grau extremo), impeça que a apologia ao narco-terrorismo comunista das FARC tenha êxito em seu país.

Embora Santos tenha dito em diversos cenários que Piedad Córdoba se equivocou, que a história das libertações a conta-gotas é uma farsa, que está respirando na nuca de Alfonso Cano, que a chave da paz está em seu poder, o certo é que as FARC e seus cúmplices comunistas continuam empenhados na estratégia midiática que conduza à legitimação do grupo terrorista, para abrir-lhes embaixadas e apoiá-los com homens, armas e equipamentos na ofensiva final contra a Colômbia, prevista no Plano Guaicapuro da Venezuela e seu socialismo do século XXI, sem que o Estado Colombiano tenha pelo menos à vista uma resposta coerente e estratégica para fazer frente a essa ação. 

    O - para os funcionários colombianos de alto nível - desconhecido Plano Estratégico das FARC conta com o apoio irrestrito de todos os sócios do Foro de São Paulo. Neste ponto devemos ser claros: nem as FARC, nem seus sócios comunistas jogam limpo porque a mentira, a trapaça, o engano, a farsa, o estratagema arteiro, têm sido e serão sempre as armas prediletas dos comunistas de todas as latitudes. Mais ainda na Colômbia, onde com absoluto cinismo reconhecem que combinam todas as formas de luta e pretendem legitimar o terrorismo com o mote de “insurgência armada”.

    Não se pode esquecer que os cabeças das FARC são cínicos e desavergonhados e que, portanto, não lhes fará nenhum arranhão que os acusem de ser mentirosos, delinqüentes, terroristas, narco-traficantes e farsantes, pois já estão acostumados a agir assim. Lembrem-se da farsa dos diálogos do Uribe-Meta com Belisario Betancur e seus linguarudos comissionados de paz, a cadeira vazia no Caguán [2] e a permanente zombaria contra a Colômbia com seqüestros de crianças, assassinatos de camponeses, terrorismo contra os povoados e as respostas de Tirofijo que só necessitavam afiar a pontaria com os cilindros-bomba, ou os massacres em El Nogal, La Gabarra, Villa Magdalena, Granada-Antioquia e Bojayá.

     Em síntese: as FARC e seus cúmplices vão de farsa em farsa, com a circunstância agravante de que se o governo colombiano cometer uma leviandade, os terroristas serão legitimados por seus sócios e teremos uma guerra sem precedentes dentro do território nacional. Não se trata aqui somente de reviver a carreira política de uma senadora questionada. Esse é apenas um passo da estratégia combinada. O fundo do assunto é legitimar o grupo terrorista para depois apoiá-lo na ofensiva final. E nisso estão comprometidos os já conhecidos integrantes do complô contra a Colômbia. E se esta parte lhes falha, teriam uma candidata presidencial para apoiar com petrodólares para que desde o Palácio de Nariño legitimasse as FARC e integrasse a Colômbia ao socialismo do século XXI. Nem mais, nem menos.

 

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

 

Analista de assuntos estratégicos –

www.luisvillamarin.com

 

Obras do Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

 

Nota da tradutora:

 

[1] Apesar de o programa ter ido ao ar no passado dia 14 de fevereiro, o mesmo ainda não foi disponibilizado na Internet. Tão logo o tenhamos, publicaremos para nossos leitores.

 

[2] Durante o governo do ex-presidente Andrés Pastrana as FARC exigiram, como uma forma de solucionar o conflito armado, que o Estado lhes cedesse uma vasta área do território colombiano para que eles pudessem se “reorganizar” e iniciar o processo de paz. Esta área de 42.000 quilômetros quadrados na zona do Caguán foi totalmente desmilitarizada e, em vez de cumprir o prometido, foi neste período (1998-2002) que as FARC mais se fortaleceram e cresceram em número de guerrilheiros, armas e técnicas novas através de treinamentos com terroristas cubanos, nicaragüenses, vietnamitas, além de integrantes do ETA, do IRA e de países do Oriente Médio.

 

Um dia Pastrana aceitou um convite de Manuel Marulanda “Tirofijo” para selar o acordo de paz mas o proponente não apareceu, deixando o presidente esperando em frente às câmeras de televisão com uma cadeira vazia a seu lado. Diante do vexame, no dia seguinte Pastrana encerrou o acordo feito no Caguán e retomou as terras cedidas como “zonas desmilitarizadas”. Foi durante este período de distensão que mais crimes, narcotráfico, seqüestros e atos de terrorismo as FARC praticaram, provando assim que nunca houve intenção alguma em dar fim a seus atos criminosos e devolver a paz à Colômbia. Este episódio foi fartamente reportado e ficou conhecido como “a cadeira vazia”, que deu origem a um livro do autor deste artigo e de muitos outros escritores e articulistas colombianos. 

 

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