Presidente Santos: o problema de corrupção de Fondelibertad exige que demonstre-se transparência

Publicado: 2010-11-15   Clicks: 2315

Análisis del conflicto colombiano
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=2252
 

 

* Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

 

Tradução: Graça Salgueiro

     Presidente Santos: não vá dizer aos colombianos que o hoje questionado manejo de Fondelibertad ocorreu pelas suas costas, ou que é algo similar às possíveis execuções extra-judiciais de Soacha nas quais foram retirados do serviço ativo 27 oficiais e o Sr. passou intocável.

       O Senhor foi ministro da Defesa e sabe perfeitamente bem quem é o senhor Harlan Henao, que hoje está no olho do furacão. 

      Não aplique o comando ao estilo do general René Pedraza, um medíocre que passou a general do Exército. Este personagem muito baixo, ou melhor, escasso de neurônios, portanto, incapaz de produzir alguma idéia inteligente, se apropriava das idéias dos demais para depois açoitá-los escudado em seu cargo e grau.

       Para completar, se apropriava dos êxitos táticos dos que comandavam os batalhões na Terceira Brigada em 2001, porém quando havia algum fracasso ou algum erro, Pedraza era perfeito, havia advertido tudo com antecedência e os ineptos eram os subalternos. Hoje, ao ver os touros desde a cancela, concluo que personagens ineptos e medíocres como Pedraza, que foram promovidos a general com a anuência dos que os escolheram e ratificaram, são os responsáveis por que Exército tenha caído na boca da imprensa venal por casos aberrantes que denotam carência de liderança e má seleção de pessoal, como por exemplo, um violador de crianças, os tesouros escondidos das FARC, Guaitarilla, Jamundí, Piedras, etc., etc.

      Sinistros personagens como Pedraza Peláez, os quais incultos e rudes se dão na instituição de vez em quando, não são comandantes de tropas senão tiranos com os subalternos e ajoelhados ante os superiores. Destacados oficiais foram vítimas de sua inaptidão profissional e marcada ojeriza, e em casos pontuais dos quais existem provas, Pedraza cumpria a ordem de afastá-los do serviço ativo por instruções do general Mora Rangel, outro personagem do mesmo estilo. Deus os cria e eles se juntam.

      Tudo isto foi para lhe dizer, Presidente Santos, que se o coordenador de Planejamento e Ação Social da Presidência, Harlan Henao, renunciou a seu cargo após as denúncias que vários meios de comunicação fizeram sobre seu favorecimento com contratos a conhecidos e familiares, dilapidação de recursos e compras de equipamentos inúteis enquanto foi o diretor de Fondelibertad, entidade inscrita no Ministério da Defesa, o senhor deve mostrar a cara ao país e exigir que uma auditoria externa, oxalá da oposição, examine com lupa todas e cada uma das contratações de todos os setores da Defesa Nacional que se fizeram sob sua direção no cargo de Ministro do ramo.

      Por muito menos, em um “país civilizado” como a Suécia, Dinamarca ou Noruega, teriam se desencadeado renúncias e rolado cabeças de maior nível. A provável corrupção que ao que parece ocorreu com Fondelibertad, não pode cair no esquecimento da lida diária do país

      A todos os colombianos sensatos e medianamente instruídos, nos cheira a não-me-toques de corrupção a nomeação de um ministro de defesa civil do governo Gaviria, pois em contraste com a suposta filosofia de defesa política à instituição militar - a qual nunca se viu - o que tem ocorrido desde essa época até hoje, é o incremento de politiqueiros em diversos cargos do ministério, o desmesurado crescimento da Superintendência de Vigilância, o gasto exagerado em assuntos intangíveis nos gabinetes do CAN, incremento de cargos de gravata chamados “vice-ministérios” e muito mais, fatos que levam a concluir que a tradicionalmente corrupta direção política colombiana não havia saciado o voraz apetite burocrático de estar perto das arcas públicas, enquanto não tivesse o controle total do manejo do orçamento da defesa para o consabido e consubstancial dos que têm manuseado as finanças públicas na Colômbia durante quase dois séculos.

        Presidente Santos: não vá assumir a atitude estilo Pedraza Peláez, em que o senhor é o bom e seus subalternos são os que falham. A Colômbia necessita de clareza, principalmente de sua parte que, como o senhor sabe muito bem, foi eleito não por ser o melhor candidato presidencial porque não o havia naquele pleito, mas porque o senhor muito ao estilo tradicional de fazer política no país, se auto-nomeou herdeiro das políticas uribistas, então os colombianos acreditaram em sua palavra e, portanto, votaram contra Chávez, contra as FARC e os estratagemas de Colombianos pela Paz, algo da qual já há muitas dúvidas e frustrações devido à presumível hipocrisia mútua com o boquirroto vizinho.

       Se queremos combater a corrupção, ensinar às gerações vindouras que os governantes são dignos de credibilidade e que trabalham com honestidade, o senhor deve abrir as portas do Ministério da Defesa para que a oposição e os organismos de controle revisem até o mais mínimo gasto dessa pasta, durante o período de seu mandato e o de seu sucessor Silva (imposto pelo senhor). Do contrário, seguiremos imersos em escândalos midiáticos como os das “chuzadas”, Agro Ingreso Seguro, Foncolpuertos, Chambacú, etc.

       Não vá esperar que a tormenta se intensifique para tratar de esconder as coisas com uma cortina de fumaça, destampando os conteúdos dos computadores de Jojoy, pois a manipulação politiqueira e a conta-gotas desta informação específica também deixa muitas dúvidas a respeito. Não diga que é pela reserva do sumário porque essa figura é quase inexistente na vida política colombiana. Inclusive mereceria um tempo para o humor de Qac, se Jaime Garzón vivesse.

      Por outro lado, pense que ao que parece, enquanto a corrupção exauriu milhares de milhões de pesos do orçamento nacional destinados ao setor de defesa, esse dinheiro teria servido para cobrir algo no qual o senhor continua se fazendo de desentendido, como é o caso do pagamento do IPC atrasado desde 1992 aos oficiais e sub-oficiais da Força Pública, ou para corrigir protuberantes falhas no insuficiente e vergonhoso serviço de saúde.    

       Ademais, porque enquanto campeia a corrupção nas altas esferas do poder, uns quantos delinqüentes se infiltraram nas fileiras militares, as tropas que combatem não são bem pagas e o bem-estar social da Força Pública é muito baixo.

       Assim sua credibilidade decresce não só entre os colombianos como também entre as tropas, que podem vê-lo como um oportunista que os utiliza para fins egocentristas politiqueiros, e não como o Comandante-em-Chefe que vela para recompensar seu patriótico esforço.

* Analista de assuntos estratégicos -

www.luisvillamarin.com 

Obras del coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

 

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