A “Operación Jaque”: um ano depois
*Coronel Luis Alberto Villamarin Pulido
Tradução: Graça Salgueiro
Acaba de ser publicada a obra intitulada “Operación Jaque”, de minha autoria, na qual analiso e descrevo o processo histórico dos 15 libertados, com ênfase no valor político que tinham estas vítimas para o desenvolvimento sincronizado do Plano Estratégico das FARC, os objetivos internacionais do Foro de São Paulo, os planos subversivos da Coordenadora Continental Bolivariana e o complô contra Colômbia, urdido pelos mandatários pró-terroristas da Nicarágua, Cuba, Equador, Venezuela, Bolívia e Brasil.
O primeiro capítulo da obra reconstrói a etapa dos seqüestros de policiais e militares nas décadas dos oitenta e noventa, a implementação do seqüestro extorsivo com a autodenominada Lei 002 das FARC, durante a frouxa administração Pastrana, até o extremo em que o comércio de vidas humanas e a manipulação da liberdade dos reféns converteu-se não só em meio de subsistência fariana, como na tábua de salvação com a qual Colombianos pela Paz e os conspiradores contra a Colômbia queiram ou pretendam ressuscitar o putrefato cadáver político do braço armado do Partido Comunista Colombiano.
O segundo capítulo resume o transtorno das vítimas pelos campos de concentração construídos por ordem de Mono Jojoy, junto com a manipulação política mediante a qual a Frente Internacional das FARC e seus cúmplices tentaram legitimar o movimento terrorista por meio de uma midiática libertação, e para a qual até Luis Eladio Pérez lhes serviria de multiplicador.
Os três capítulos finais são dedicados à descrição analítica e fundamento de todos os detalhes que conduziram à “Operación Jaque”, modelo e orgulho das Forças Militares Colombianas e, ao mesmo tempo, referência para a história militar universal.
A obra foi elaborada com base em documentos concisos, entrevistas com libertados e pessoas que participaram da audaz incursão, artigos especializados de analistas do tema, livros, vídeos e arquivos de inteligência militar.
Em 270 páginas reforçadas com mais de 200 fotografias que corroboram os conteúdos de cada capítulo, “Operación Jaque” enfoca ao leitor sobre a compreensão do plano político-estratégico do terrorismo na Colômbia; deixa claro as verdadeiras intenções da esquerda pró-terrorista na América Latina e desnuda em sua totalidade os sinistros propósitos da farsa do acordo humanitário, proposto em concordância com as pretensões estratégicas das FARC e seus comparsas.
Em alguns apartes disseminados ao longo do texto, a obra revive a tragédia padecida pelas vítimas durante o cruel cativeiro. As estarrecedoras narrações de alguns dos libertados proporcionam à humanidade uma memória escrita e uma referência histórica, útil para dimensionar os macabros alcances do terrorismo comunista contra a Colômbia e a turva intencionalidade política e criminal das FARC que, em contraste com o demonstrado nestas evidências documentadas, se autodenominam “exército do povo” e dizem representar os interesses das classes menos favorecidas.
A milimétrica e matemática precisão da “Operación Jaque”, realizada por um grupo de inermes agentes de inteligência militar para libertar sãos e salvos 15 reféns custodiados nesse momento por mais de 350 terroristas das frentes 1, 7 e 44 das FARC, além de ser algo tão impensável como inusitado, articula todos os componentes do que os analistas militares podem qualificar como a “Operação Perfeita”.
O fio condutor do livro facilita ferramentas ao leitor para analisar com argumentos sistemáticos a intencionalidade estratégica das FARC, o conchavo dos mandatários marxistas do continente, a audácia mal intencionada de Alfonso Cano, a crueldade ilimitada dos cabeças de frente e comissão, e ao mesmo tempo esboça a orientação geral do Plano Estratégico das FARC.
Ao se comemorar o primeiro aniversário da audaciosa manobra de engano, Alfonso Cano continua obstinado na trama do acordo humanitário que permita aos governantes marxistas do hemisfério outorgar-lhes o status de beligerância, enquanto que Colombianos pela Paz (alguns de maneira consciente e outros como idiotas úteis) fazem o jogo midiático do sórdido estratagema fariano.
Em síntese, a “Operación Jaque” golpeou o centro de gravidade da estratégia fariana, orientada por Cano desde antes da morte de Tirofijo, porém ainda falta muito por fazer para derrotar as estruturas armadas das FARC, ajuizar os integrantes do Partido Comunista Clandestino e o Movimento Bolivariano das FARC, e obrigar os demais terroristas à rendição.
Fonte: www.eltiempo.com/blogs
* Analista de assuntos estratégicos
Obras del coronel Luis Alberto Villamarín Pulido