A equipe negociadora com o ELN não reúne condições para conseguir objetivos a favor da Colômbia

Publicado: 2016-11-11   Clicks: 993

    Análisis conflicto colombiano

    Tradução: Graça Salgueiro

    Cover el eln por dentroO recente anúncio do presidente Santos sobre a nomeação do ex-ministro Juan Camilo Restrepo e os rumores que circulam nas redes sociais e meios de comunicação com os nomes dos demais negociadores, indicariam que mais uma vez a Colômbia perde e os terroristas ganham, pois o governo improvisa na última hora, faz politicagem e nomeia a dedo pessoas muito qualificadas em outros misteres, porém sem experiência no tema. E no caso do general Herrera Berbel, sem que em seu currículo apareçam ações vitoriosas contra o ELN nem contra as FARC. Entretanto, ele é quem conhece um pouco mais do tema dentro da equipe negociadora.

    Em que pese a nefasta experiência das conversações com as FARC, nas quais se chegou à mesa sem plano estratégico e sem estudos anteriores claros e metodológicos do comportamento estratégico das FARC, ao extremo que esse grupo terrorista que conseguiu acumular 297 páginas de imposições unilaterais, tudo estabelecido desde o princípio, com a conseqüente derrota política de Santos nas urnas por vontade decidida do povo colombiano que disse não a seu espúrio pacto, hoje Santos volta a cair nos mesmos erros cometidos com as FARC para negociar com o ELN, a saber:

    1. Escolheu como chefe de negociações um personagem muito qualificado em outras áreas, porém sem aparente experiência em temas de negociações de paz, sem conhecimentos de defesa nacional, nem de estratégia, nem talvez dos planos específicos do ELN.

    2. Os demais negociadores plenipotenciários também foram escolhidos a dedo. Valeria a pena que os meios de comunicação entrevistassem a cada um deles e lhes perguntassem ao vivo e direto, para que expliquem as teses internas de negociação do ELN, a teoria da continentalidade da luta armada, o plano de vôo da águia do ELN, como funcionam as bases revolucionárias de massas, quais são os objetivos do ELN no plano tático de cada quadrilha e o estratégico da organização, como os elenos e seus cúmplices que são muitos estão articulando a estratégia de engano ao país com as FARC, e os nexos de alguns sacerdotes, monjas e leigos católicos com a teologia da libertação, unida à revolução marxista-leninista para a tomada do poder.

    3. Mais uma vez, um governante colombiano cai no erro de enviar pessoas sem experiência no tema para negociar com um grupo terrorista, recaindo no tradicional equívoco de crer que os cabeças, neste caso os do ELN, se obnubilarão por ter à frente politiqueiros de ofício cheios de ribombantes pergaminhos, sem que Santos e sua equipe entendam que, pelo contrario, isso favorece ao ELN, pois podem dizer ao mundo que têm sentados à sua frente os “representantes do governo”, e com base nisso demorarão e utilizarão estratagemas de dilatação, principalmente porque o ELN é o grupo que mais vezes iniciou falidas conversações de paz e coincidentemente seus negociadores atuais estiveram em quase todas as conversações anteriores nas quais utilizaram as mesmas manobras de engano e dilação.

    4. Santos e sua equipe negociadora desconhecem - ou querem desconhecer - que há meses e graças ao apadrinhamento de Maduro, o ELN e as FARC vêm coordenando o tema, como demonstram as ações terroristas recentes do ELN em zonas de presença impositiva das FARC, o fato de que o governo de Rafael Correa, cúmplice descarado das FARC, não do ELN, facilite para que as conversações se desenvolvam em Quito, e as ações perpetradas pelas FARC em nome do ELN para aparentar fortaleza desse grupo terrorista.

    5. O pior do assunto é que, enquanto as FARC dilatarão as supostas mudanças ao acordo que já foi anulado por decisão soberana do povo colombiano no passado 2 de outubro, o ELN voltará ao mesmo de sempre, quer dizer, a exigir a desmobilização do Exército e a participação de todas as “organizações sociais” como um cozido nacional, onde naturalmente operam todas as células do grupo terrorista e se auto-atribuem a representação do “poder popular”, essência da revolução “elena”.

    6. Ao ritmo que vão as coisas, Juan Camilo Restrepo se converterá em outro advogado de meia-tijela igual a De la Calle, dizendo que não será refém do processo, que não se está negociando nem o modelo econômico, nem a Constituição, que os bandidos não sonham com zonas liberadas, etc. E no final, os elenos imporão sua vontade com o conto de aclimatar a paz, porém isso não será com Santos, pois virão dilatações, argúcias, ameaças, e obviamente a exigência de unir as duas mesas de conversações para seguir discutindo e dilatando, até atar o novo governo na necessidade de continuar o show.

   cover condor en el aire7. O pior é que com artimanhas e estratagemas os elenos conseguirão seu intento, pois à frente terão pessoas que jamais estudaram este grupo terrorista, que neste momento estão pensando mais em seu ego do que na dimensão do encargo que têm, que chegarão à mesa sem um plano estratégico coerente e ademais pressionados por um presidente vaidoso e auto-propagandista com presunções de monarca africano, que cada vez que as conversações se empantanem como vai suceder muitas vezes, enviará seu irmão Enrique para que no melhor estilo de sátrapas monárquicos destrave os diálogos e legitime a calculada condescendência dos terroristas.

    8. Setores específicos da Igreja Católica nacional e internacional, alguns sindicalistas e “certas organizações sociais” pró ELN e pró FARC reconhecidos por sua aberta cumplicidade com o ELN, multiplicarão a idéia de que em nome da paz deve-se entregar o país aos terroristas, para que depois o repartam entre o ELN, as FARC e os comunistas desarmados que apadrinham a combinação de todas as formas de luta.

    9. Entretanto, Santos e seus amigos nos meios de comunicação, somados aos propagandistas de ofício, continuarão mentindo ao país com notícias infladas, entusiasmos por conveniência e anúncios inexatos, que se debulham como espigas de milho, mas que graças à politicagem e à marmelada com os recursos dos colombianos, se reciclam para sustentar a aparência de uma falsa paz.

   Em síntese, enquanto para negociar com o ELN se recorra a mais do mesmo, como ocorreu com as FARC, não haverá acordo final com nenhum dos grupos, os comissionados continuarão recebendo suas diárias em dólar (algo que lhes fascina), o país continuará à deriva, Santos e os padrecos que o acolitam continuarão com seus prêmios de paz para a lembrança e as fotos, os camponeses continuarão suportando a violência comunista, a Casa Branca manterá a dupla moral de sempre a respeito, reaparecerão grupos de justiça privada, e as Forças Militares continuarão na incerteza de sempre, distribuídas por todo o país acompanhando mandatários e empobrecidas comunidades regionais e locais que sobrevivem em meio de tanto caos, esperançosos de que algum dia cessará o horrível pesadelo.

    Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

    Especialista em Defesa Nacional, Estratégia e Geopolítica, analista permanente de assuntos estratégicos do canal CNN em espanhol.

El coronel Luis  Alberto Villamarín Pulido es analista de asuntos estratégicos, especialista en geopolítica, estrategia y defensa nacional, temas sobre los cuales ha escrito y publicado 31 libros. Para leer algunos de los libros escritos por el coronel Villamarín haga click aquí

 

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