O terrorismo é um problema internacional

Publicado: 2015-10-22   Clicks: 1226

     Tradução: Graça Salgueiro   

    Em 15 de setembro de 2015, o coronel da reserva ativa do Exército Nacional da Colômbia, Luis Alberto Villamarín Pulido, foi entrevistado pelo jornalista Ismael Cala da cadeia CNN em Espanhol, para analisar temas relacionados com o terrorismo internacional, a crise fronteiriça gerada pela Venezuela contra a Colômbia, o aumento das ações demenciais do ISIS contra a humanidade no Oriente Médio e a apresentação informal de três dos 26 livros publicados até a data pelo coronel Villamarín com relação à geo-política, a estratégica, a defesa nacional e a análise do terrorismo, temas de sua especialidade.

     Em termos gerais, o entrevistado pontuou:

    1. O terrorismo causa mais danos à população civil que as forças de segurança que combatem contra os grupos terroristas.

    2. O comunismo e o islamismo extremista são as duas vertentes do narco-terrorismo internacional que assediam a humanidade no século XXI.

   3. Os grupos terroristas internacionais Al-Qaeda, IRA, as FARC, Hamas, Hizbolah e ISIS, interatuam por meio do tráfico de armas, lavagem de dinheiro e narco-tráfico.

   4. Todos os grupos narco-terroristas do mundo coincidem em catalogar os Estados Unidos e em geral a civilização ocidental, como satãs que impedem a concretização de seus projetos totalitários a longo prazo.

    5. Se as FARC são criminosas e terroristas sem ter o poder, no eventual caso de alcançá-lo seriam pior que uma combinação letal de Fidel Castro com o ditador norte-coreano Kin Il Sung.

    6. O processo de paz em Havana entre o governo colombiano e o grupo terrorista das FARC, não chegará a nenhum acordo devido a que ambas as partes têm objetivos diferentes, irreconciliáveis à vista, e impossíveis de confluir. As FARC querem impunidade para seus crimes de lesa-humanidade e a entrega total do poder nacional, regional e local de acordo com os estabelecimentos de seu plano estratégico. Enquanto isso, o governo que iniciou as conversações sem objetivos claros, nem linhas de ação definidas nem negociadores idôneos, só busca afanosamente o Prêmio Nobel da Paz para o presidente Santos.

     7. A história de Johny, um terrorista desmobilizado das FARC, narrada no livro intitulado En el Infierno, é uma demonstração clara e palpável dos alcances do terrorismo interno promovido pelas FARC, contra seus próprios integrantes, algo que nem sequer foi mencionado na mesa de conversações em Cuba, em que pese ser sistemático e numeroso, com muitas vítimas do crime interno contra os guerrilheiros rasos, ordenado pelos próprios bandidos que agora encabeçam as delegações de paz das FARC em Havana.

     8. Em que pese os aluviões de informação midiática e oportunista, a realidade é que nem a juventude colombiana nem muito menos as comunidades de outros países conhecem bem nem entendem a dimensão da ameaça contra a liberdade na Colômbia, patrocinada pelo Partido Comunista e seu braço armado, as FARC. Por isso é necessário reconstruir a memória histórica do conflito e contar os fatos como sucederam, não com as argúcias convenientes à versão acomodada das FARC e seus cúmplices.

    9. As FARC traficam cocaína para o primeiro mundo e se abastecem de apetrechos para fazer a guerra contra a Colômbia através da Venezuela e Equador, com a cumplicidade dos regimes ditatoriais de Maduro e Correa. Os esclarecimentos a respeito estão consignados nos livros “El Cartel de las FARC” e “Complot contra Colombia, secretos de los computadores de Raúl Reyes”.

    10. O governo colombiano cometeu o erro de não ajuizar ante a Corte Penal Internacional os presidentes pró-terroristas Rafael Correa do Equador e Hugo Chávez da Venezuela, com base nos documentos encontrados nos computadores de Raúl Reyes. Para rematar de maneira tropical e folclórica, uma corte colombiana integrada por magistrados carentes de critério e patriotismo declarou essas provas inválidas para ajuizar a delinqüência de colarinho branco pró-terrorista, com o argumento fútil de que os computadores apreendidos de Reyes no Equador - onde vivia acobertado pelo governo de Correa - deveriam ser enviados primeiro ao mandatário equatoriano para que este os enviasse depois à Colômbia. Parodiando o comediante colombiano Rafael Pombo, isso seria como entregar o queijo a um gato para que o rato não o coma.

    11. O ISIS cresceu porque desde a época de Osama Bin Laden treinaram mais de 150 mil células terroristas no Afeganistão que depois se disseminaram pelo mundo. Muitas delas deixaram a Al-Qaeda e se integraram aso ISIS. Hoje estão em todas as partes do planeta e não são uma ameaça tão distante para os cristãos e judeus residentes na América Latina, pois são células adormecidas dedicadas a criar mais células e bases político-religiosas para expandir o jihadismo desde a clandestinidade.

    12. O problema não é o islam persa, senão a atividade cancerígena das células islâmicas, jihadistas ou salafistas que se incrustam dentro dessas comunidades e inclusive têm a capacidade de recrutar lobos solitários. A inteligência militar ocidental tem sérios indícios da existência destas células na tríplice fronteira da Argentina, Brasil e Paraguai, e nos limites da Colômbia e Venezuela.

    13. É muito imaginativo, de sustentação frágil e hollywoodiano, afirmar que os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 foram parte de um complô organizado desde o governo americano. Afirmações como essas são produto de pessoas irresponsáveis que lançam comentários irresponsáveis, sem nenhuma sustentação nem prova válida. Os livros “Martes de Horror”, “Conexión Al-Qaeda y narcoterrorismo la guerra del nuevo siglo”, explicam detalhadamente as interioridades do Al-Qaeda e demonstram os alcances das ações deste grupo terrorista.

    14. Ante a pergunta sobre a filiação política, o coronel Villamarín esclareceu que não é santista, nem uribista, senão um investigador científico de fenômenos sociais e políticos contemporâneos, um historiador por vocação e um soldado com a pena para seu país, com a mesma devoção que o fez com as armas.

   Segue abaixo link da primeira parte da entrevista:

   http://www.cnn.com/video/data/2.0/video/spanish/2015/09/16/cnnee-cala-intvw-villamarin-militar-colombia-farc.cnn.html

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* Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.com

 

 

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