Covas comuns das FARC denunciadas por “Martín Sombra” e negociações de paz em Havana

Publicado: 2012-11-05   Clicks: 5393

 

      Tradução: Graça Salgueiro
      O anúncio midiático segundo o qual o terrorista preso conhecido com o cognome de “Martín Sombra” levará aos investigadores do Corpo Técnico de Investigações (CTI) do Ministério Público Geral da Nação até 300 covas comuns diferentes, localizadas nos estados de Tolima, Huila, Caquetá, Meta e Guaviare, onde as FARC sepultaram milhares de vítimas de suas atrocidades, não tem antecedentes na história universal, porém, ao mesmo tempo ratifica a necessidade de que os comunistas armados e desarmados reparem suas vítimas e purguem as condenações pelos crimes cometidos.

A revelação de “Martín Sombra” põe em evidência a já questionável legitimidade de um processo de paz iniciado pelas costas dos colombianos, sem estratégia governamental clara, repleto de cessões antecipadas, acentuada manipulação dos terroristas e pouca, muito pouca clareza, com óbvios reflexos de ser um estratagema a mais das FARC como parte de seu minucioso plano de guerra.

A macabra confissão de “Martín Sombra” preludia uma tormenta informativa e ao mesmo tempo respostas a muitas incógnitas que assediam os familiares das vítimas das atrocidades das FARC. Além da vergonha mundial para a Colômbia por abrigar em seu seio monstros criminosos como as FARC, apadrinhados por comunistas recalcitrantes e cúmplices nacionais e internacionais.

Aparecerão os esqueletos de muitos seqüestrados que foram assassinados em cativeiro por não pagar o montante completo das exageradas somas de dinheiro exigidas a seus familiares. Também aparecerão os restos mortais de terroristas das FARC assassinados por seus cúmplices em tenebrosos “conselhos de guerra revolucionários”. Por outro lado, aparecerão os cadáveres de camponeses tirados à força de suas parcelas e assassinados por não cooperar com o “movimento armado”.

E, por óbvias razões, aparecerão “desaparecidos” assassinados pelas FARC, mas empurrados goela abaixo como culpa das Forças Armadas, com a cumplicidade de bancas de advogados desonestos, prontos para lucrar com farsas e os testemunhos de falsas testemunhas. E muito mais.

Espera-se que além da versão específica que “Martín Sombra” dê em cada caso, o achado em cada uma das covas implique em profundos e esclarecedores estudos científicos da medicina forense para não só identificar as vítimas, senão para esclarecer com exatidão como se produziu cada um dos “justiçamentos”.

No livro intitulado En el Infierno, de minha autoria, Johny, um desertor das Frentes 17, 25 e das estruturas de segurança do Secretariado das FARC, denunciou suas tenebrosas purgas comunistas no interior das FARC, a persistente violação da dignidade da mulher, os horripilantes crimes contra camponeses denominados lumpen por não cooperar com elas ou por ser delinqüentes comuns, como o tráfico de narcóticos incidiu no assassinato de alguns integrantes da UP (União Patriótica) pelas mãos das próprias FARC e outras informações comprovadas no local dos fatos.

No final, conclui o arrependido sicário comunista Johny, que seus crimes não foram cometidos para eliminar seu inimigo de classe, senão para sobreviver da arrastadora criminalidade de seus comparsas.

 

Talvez esta mesma reflexão tenha obrigado “Martín Sombra”, o criminoso que lançou granadas de mão contra seus inimigos de classe em empobrecidos lugarejos do Meta, que torturou seqüestrados e matou centenas de seres humanos por ordem de dom Manuel (Tirofijo) que o incorporou às FARC como um de seus criminosos quando “Martín Sombra” era um menino de apenas dez anos de idade, vítima da violência que os comunistas desataram nos campos na décadas dos sessenta, com a fanfarronada de que seu terrorismo é uma parte da combinação de todas as formas de luta para a tomada do poder por parte dos pobres.

Esperemos que se destape a panela podre e que os negociadores de paz do governo colombiano consigam que as FARC aceitem a responsabilidade dos crimes que “Martín Sombra” vai revelar, que a justiça colombiana deixe de lado as habituais leguleiadas como a dos magistrados que invalidaram os computadores de Reyes, e que os cabeças terroristas e seus cúmplices desarmados purguem condenações, além de reparar às vítimas de seus crimes atrozes.

 

Isto, é claro, se outros terroristas que também sabem onde estão as covas não desapareçam as provas, e se os camaradas desarmados não desatem ao redor do tema as ondas de trapaças, mentiras e tradicionais contos-do-vigário, próprios da propaganda comunista.

 

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido
Analista de assuntos estratégicos -
 
 
 
 
       
 
 

 

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